O grande desafio que é superar a autossabotagem

Confesso que tive a ideia desse post depois de dar uma passadinha no blog da Eiko-nee e me identificar com quase tudo que ela escreveu em sua postagem mais recente, e pensei em tratar desse assunto aqui com vocês também, afinal de contas, é algo que todos nós, sem exceção, estamos sujeitos a passar.

Eu frequentei consultórios de psicólogos por boa parte da minha infância e adolescência, principalmente pelo fato de passar por bullying na escola, mas também para criar um pouco de autoconfiança - coisa que dificilmente tenho hoje em dia, mesmo que eu aconselhe meus amigos a serem mais seguros de si e acreditarem no próprio potencial, etc. -. Nunca foi fácil para mim aceitar o que realmente sou, sempre estive em busca de mudanças, podendo se tratar de mudanças físicas ou não.


Calma, não passei por nenhum procedimento estético para ficar "dentro dos padrões", felizmente. Mas já recorri à dietas, exercícios altamente cansativos e esportes, tudo para conseguir emagrecer e ficar pelo menos um pouco mais aceitável aos olhos da sociedade.

Outra coisa que sempre me incomodou, foi o fato de ser bastante pavio curto, me irritar facilmente com as coisas, e me expressar de maneira um tanto... bruta demais, e afastar as pessoas que eu gosto e quero manter por perto. Muitas vezes descontei minha frustração em pessoas que não mereciam ouvir aquelas coisas, e quando me dei conta, tentava consertar e acabava piorando ainda mais a situação. Isso gerou uma certa insegurança dentro de mim ao fazer novas amizades, com medo de decepcioná-las também. Um defeito que acabei puxando do meu pai, que é exatamente assim também.

Constantemente reflito sobre tudo o que vem acontecendo comigo, se as pessoas que considero amigos, realmente gostam de mim, ou apenas me suportam, se sou digna de todo amor e cuidado da
minha família, se sou capaz de encontrar um lugar nesse mundo que eu me encaixe de verdade.

Embora sempre me digam que sou uma pessoa esforçada, inteligente, criativa e dedicada, mal sabem elas que já desisti de muita coisa por medo de decepcionar ou não fazer o suficiente para agradar. Essa insegurança já me prejudicou - e prejudica - muito...

Acredito que seja justamente por essas sensações de insuficiência, insegurança e auto-estima baixa que desencadeiam as constantes crises de ansiedade que venho tido há alguns anos, tendo problemas inclusive para dormir. Durante essas crises, me sinto ainda pior por estar sempre preocupando meus pais e pessoas ao meu redor, me sentindo um fardo, uma cruz que elas carregam.

Felizmente tenho uma mãe que sempre senta comigo e conversa sobre o que está acontecendo, e me incentiva da melhor maneira possível a não desistir e encarar as situações de frente, como se fossem ínfimos diante da força de vontade que eu possuo, e tento colocar em prática todos os dias, por mais difícil que possa ser.

Ainda tenho muita dificuldade de me aceitar como sou e não exigir mudanças drásticas em mim mesma, somente para agradar os outros, mas percebo que estou bem melhor do que estive anos atrás. Embora, é claro, que jamais vou abrir mão da minha evolução, tanto física quanto mental e espiritual, dando o melhor de mim e não desistindo no meio do caminho por medo do que vão dizer.

Basta você estar confortável e confiante que ninguém tem o direito de apontar o dedo e julgar suas escolhas. Entretanto, se não se sentir preparado ou seguro o suficiente, dê tempo ao tempo, ou procure a ajuda de um terapeuta para te ajudar a enxergar todas as suas qualidades e capacidades!

Acredite, você é mais capaz do que pensa!